segunda-feira, 23 de agosto de 2010

"Desconhecidos" do meu convívio

Era uma manhã fria e sonolenta. Acordei, escovei os dentes, tirei ramelas dos olhos, me vesti e saí de casa. Não foi descuido meu não ter tomado café-da-manhã, iria fazer exame de sangue naquela manhã.
Depois de uma moça simpática ter furado o meu braço e tirado uma quantia que parecia assustadora do meu sangue AB - tenho sorte - para os meus exames, eu e minha mãe saímos da clínica e caminhamos até a lancheria mais próxima (eu não comia havia 12 horas!). Chegamos, pedimos nossos capuccinos e pães-de-queijo e sentamos em uma mesa. Custei a perceber algumas colegas do colégio atrás de mim e, quando o fiz, disse um "Oi" um pouco envergonhado, um pouco sem intimidade e incrivelmente inaudível.
"Quantos colegas tu tens e não conversa muito?", perguntou a minha mãe.
"Ah, mãe... a nossa turma é meio dividida. Sempre foi!", respondi envergonhada.
É verdade, minha turma sempre foi bem definida nos grupinhos e pouca gente se encomodou com isso. Mas e se por acomodação nesses grupos eu deixei de conhecer grandes pessoas? Pessoas que talvez fizessem diferença na minha vida, pessoas que tivessem idéias diferentes para compartilhar.
Talvez seja tarde para mudar algo - faltam 3 meses e 3 dias para a formatura -, mas sei que deixei de ter bons momentos com muitas pessoas por medo de não saber lidar com diferenças. Só agora, na reta final, eu percebi que os grupos que fazemos parte não nos definem; as camisetas que usamos ou as bandas que gostamos não nos definem; o esporte que praticamos ou a modalidade que dançamos não nos definem. O que nos define é a pessoa que nós somos, a nossa humanidade, como tratamos todos em nossa volta. O que nos define é o que fazemos com o nosso tempo, as risadas maldosas ou o olhar atencioso que damos à alguém, a ajuda que oferecemos, o egoísmo que muitas vezes nos acompanha.
Verdade seja dita: no mundo real ninguém vai se importar muito com o quão popular você foi no colégio. Se você, leitor, ainda tiver tempo: dê mais chances às pessoas que, por descuido, não estão no seu convívio. Deixe os rótulos de lado e tente ver quantas pessoas ao seu redor podem ser incríveis e você não faz idéia!
Sinto muito por não ter percebido nada disso antes. Por favor, não cometam o mesmo erro.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

O mundo é maior que o teu quarto

Tão cheios de nós mesmos, chegamos a um ponto na vida em que pensamos já saber tudo o que ela tem a nos ensinar. Pensamos, tolamente, que temos nossas ideias esclarecidas, caminhos definidos, que seremos aquilo que planejamos. O que pode mudar isso? Dê uma caminhada pelo mundo. Não o seu mundo! Viaje para um lugar desconhecido.
Seja uma viagem na região, seja uma viagem para o outro lado do mundo: a troca de informações com pessoas diferentes é sempre algo surpreendente. Ouvir pessoas que têm perspectivas e pontos de vista diferentes do seu é importante para perceber que o mundo não se trata apenas daquilo que você conhece. A viagem pode ser de estudos ou apenas para lazer, mas quanto mais culturas e conhecimentos diferentes absorvemos, mais nossa visão se expande.
Eu sempre gostei de viajar na estrada - de carro, de ônibus, em excursões -, e sempre aprendi muito nos caminhos em que percorri até meus destinos. Aprendi a dividir meu espaço com outras pessoas e respeitar o espaço das mesmas, aprendi a economizar, aprendi a me aproximar de pessoas que não conheço durante excursões e, acima de tudo, fortaleci grandes laços durante essas viagens.
Não deixando nossa essência de lado, sempre carregamos algo de cada lugar que visitamos. As experiências, as culturas diferentes, a ideias que divergem das nossas: tudo nos ajuda a crescer, ampliar horizontes e perceber que o que enxergamos é apenas uma parte de um mundo cheio de cores, climas, danças, músicas e pessoas diferentes.