segunda-feira, 9 de maio de 2011

"Promessas malucas, tão curtas quanto um sonho bom."

Já faz mais de um mês que prometi que iria escrever toda a semana. Não cumpri minha promessa. Andei pensando no porquê disso, por que não consigo me obrigar a escrever, não consigo manter essa rotina? Abri meu livro de literatura para estudar o modernismo e li que Mário Quintana dizia fazer poesia porque "sentia necessidade", sempre despreocupado em relação a crítica.
Me sinto assim, sinto que só consigo escrever algo realmente bom quando meu corpo e mente sentem necessidade de palavras, necessidade de expressar a minha alma que outrora era de tão fácil acesso, tão fácil entendimento. Escrevo esse texto para responder aos questionamentos feitos a mim sobre a decisão de não fazer jornalismo. Entendam: escrever é uma das minhas funções vitais, ao lado da respiração. As palavras me mantém viva. As palavras são a minha vida. Eu apenas não quero viver delas.
Eu não conseguiria escrever com um prazo de entrega e muito menos escrever quando sei que não estou apta para isso. Sou bem seletiva em relação aos meus textos, quando percebo que eles estão se transformando em uma grande divagação sobre a minha própria vida, sobre as minhas particularidades, paro na hora. Tenho dezenas de textos não publicados no arquivo deste blog por serem intimistas demais.
Aí! Esta é a palavra: intimista. Eu estou em um momento intimista. Pensando em mim e fazendo coisas por mim. Não entendam mal, eu sei que a maioria dos meus textos são um tanto quanto intimistas, mas sempre procuro escrever algo "universal", que todos sentem um dia.
O que eu quero registrar aqui é que escrever sempre vai ser o que eu mais gosto de fazer, o prazer da minha vida. Se eu transformar isso em trabalho, em algo forçado, não será mais a mesma coisa. Não conseguiria viver assim.
Fiquem tranquilos, não vou parar de escrever. Prometo não fazer promessas que não posso cumprir.


"Escrevo como se fosse para salvar a vida de alguém. Provavelmente, a minha própria vida" (Clarice Lispector)

segunda-feira, 28 de março de 2011

Só estranho

"Faz muito tempo que eu não escrevo nada, acho que foi porque a TV ficou ligada..."

É estranho, é como se eu fosse uma pessoa diferente. Como se eu tivesse medo de expressar tudo o que eu sinto. É estranho, só estranho. Cadê a facilidade de tirar o que tem dentro de mim e transformar em palavras? Cadê a vontade louca de escrever? É estranho.
Quero conhecer coisas novas, fazer coisas novas, dançar coisas novas, escrever coisas novas. Florescer dentro de mim o que eu tinha de melhor e tentar usar um pouco mais da agressividade - que eu nunca tive - para sair dessa vida latente.
E é estranho, é como se eu estivesse dormindo e um dia fosse uma cópia da cópia da cópia da cópia do outro (sim, estou pensando em Clube da Luta). Agora é hora de voltar a ativa. Fazer o que eu gosto e, mais ainda, o que eu preciso. Ler as leituras obrigatórias mas poder intercalar com um dos livros do Stephen King que estão na minha prateleira há 6 meses, nunca tocados. Ter certeza de estar fazendo as minhas obrigações da minha "profissão estudante" mas também não deixar de fazer o que eu gosto.
E tudo isso é estranho porque eu pensava que, em um ano como esse, eu não conseguiria fazer as coisas que gosto. Eu preciso equilibrar tudo. Desempenhar meu papel e fazer também o que me dá prazer. A verdade é que eu não estava fazendo nenhum dos dois, tenho certeza. Deixei de ter o desempenho que gostaria e deixei de fazer as coisas que me fazem ser quem eu sou. E a culpada sou eu. É estranho.
E o mais estranho é descobrir tudo isso sozinha. Estranho é perceber que meu pai estava certo, que eu preciso pensar por um tempo e abraçar as minhas dores e frustrações para descobrir o que existe dentro da minha cabeça realmente. É estranho saber o que eu quero de verdade pela primeira vez e saber que eu mesma tenho de arcar com as consequências. É estranho estar voltando a ser eu de uma maneira ainda mais intensa. E isso não é ruim. É estranho, só estranho.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Coisas que não mudam

Que saudade de escrever! E, não, não foi por falta de tempo que não passei mais por aqui. Foi por falta de inspiração, por preguiça, pelo prazer de ficar "no ócio". Por um tempo, só escrevi redações com métricas exatas - um parágrafo de introdução, dois de desenvolvimento, um de conclusão - e acho que acabei esquecendo o quanto é bom escrever o que eu quero e não o que eu imagino que os corretores (parece filme de terror) querem ler.
Não que seja ruim estudar redação, muito pelo contrário! Eu realmente acho que preciso padronizar mais minha escrita para os vestibulares, afinal, apenas algumas faculdades particulares apreciam a minha subjetividade tanto quanto quem gosta de ler os textos que eu publico aqui.

EU NÃO SEI SER OBJETIVA.
Nem na fala, nem na escrita.

No vestibular da UFRGS - no qual a nota da minha redação foi menor do que o esperado - eu escrevi meu texto no caderno de rascunho baseado em dados e, como sempre, mudei ele ao passar a limpo. Não mudei só os verbos, mudei o contexto dele! A redação se transformou em algo estremamente sentimental e bonitinho. Eu já deveria ter aprendido que isso não se faz. Não na federal.
Mas, como eu ia dizendo antes do meu surto, sinto falta daqui. Me sinto em casa escrevendo nesse blog! Vou tentar escrever mais durante as férias, há tempos não passava dois meses sem escrever nada aqui. Isso não me faz bem. Acho que escrever sempre vai fazer parte de mim. Posso não ser mais a "futura jornalista" da turma, como sempre foi falado, mas isso não muda a minha paixão pelas letras, nexos oracionais e tudo o que vem junto.
Não, não é apenar uma paixão, é um alívio! Quisera eu ter essa facilidade com a fala.

domingo, 21 de novembro de 2010

Na capital...

E a mudança não foi tão radical ou dolorosa quanto eu esperava, não foi tão difícil adquirir o hábito do estudo e não foi nem um pouco difícil me acostumar com a correria ou aprender para onde vai cada ônibus.
Eu tinha esquecido o quanto são boas essas mudanças. Eu me sinto diferente! Mais madura, mais responsável e mais independente. Mais do que tudo: tenho certeza de quem eu sou e não tenho mais medo de me expressar ou me reposicionar sobre algumas coisas.
Durante todo esse ano eu tive algumas certezas que se tornaram incabíveis. Muitos amigos meus dizem que eu penso muito no futuro, mas, qual é o motivo de cursarmos uma faculdade se não o nosso futuro? Sim, me reposicionei quanto à carreira que vou seguir e, acho que pela minha certeza quanto a isso, minha decisão foi respeitada por todos os que eu achei que me condenariam.
Esses próximos dias serão intensos: a volta a Cruz Alta para a tão esperada formatura, os estudos intermináveis, os primeiros vestibulares do mês (PUC e UCS) e a pressão que, aos poucos, vai aumentar.
Sinto saudades de quem está longe mas é perceptível que toda essa mudança me fez bem. Espero ainda orgulhar vocês!

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

A melhor metade da laranja

Mandona, carente, gritona, determinada. Minha pequena irmã, Valentina, de 9 anos, é tudo o que eu sempre quis ser. Apesar de ser frágil e muito amável, ela é dona de uma personalidade invejável, toma decisões por ela mesma, não deixa que a ofendam.
De certa forma, ela tem qualidades que, muitas vezes, me faltam. Me falta um pouco mais de determinação, me falta um tanto de confiança. Eu deveria estar ensinando mais (digo, além de encher ela de músicas e séries - influencio culturalmente a guria haha) , eu estou deixando minhas últimas marcas de convivência diária com ela, mas é ela quem está me ensinando todos os dias.
Nesse próximo mês, eu preciso me tornar mais como ela. Preciso criar a coragem para encarar o meu futuro, para encarar a vida e perceber que agora o meu destino depende apenas de mim. Assumir responsabilidade pelos meus erros, ser determinada, fazer o que é preciso para chegar onde eu quero.
Essa guria encantadora, que tenho orgulho de chamar de irmã ainda vai ter um futuro brilhante, tenho certeza. Sempre alegrando a vida de todos, sempre sendo respeitada e, apesar de chata (hihi), tendo a certeza de se conhecer.
Apesar da aparência igual, somos diferentes. Talvez, nossas diferenças se complementem. Minha metade da laranja sempre vai ser ela, minha maninha, que apesar das diferenças sempre me fez sentir especial e única, sempre esteve ao meu lado mostrando apoio, sempre vai estar aqui.
Eu te amo, pequena. Espero que esse teu jeito inspire mais pessoas pelo mundo.
Só porque acho essa foto engraçadinha!